sexta-feira, 1 de agosto de 2008

tchau tio...

foi na quarta-feira a noite quando meu avo ligou falando que meu tio avô tinha falecido.
Alô bruna.
- sim .
- avisa seu pai que o tio Vicente morreu.
- ...

meu tio avo vinha sofrendo desde julho do ano passado com o que nos disseram, cirrose hepática, estive na praia aquele julho do ano passado, ele no apto de cima do nosso, foi la quando tudo começou, e era la que eu tinha meus melhores momentos com ele.
tio Vicente, irmão da minha avó paterna, durão, ex-delegado e companheiro de intensas partidas de buraco.
lembro como ele ficava "furioso" quando perdia e lembro das gozações quando estava pontos a frente no jogo, jogava com ele, contra ele...
sempre me contava os casos dos tempos de delegacia, sempre me pegava nas rodas onde estava ele, papai, vovô e renan(meu primo e filho dele).

Hoje foi um dia carregado, um dia lindo, de paz e de despedida.
Minha irmã me acordou e me perguntou se eu ia ao enterro dele, finalmente a ficha caiu.
Parecia que quando estive dormindo, esqueci do que aconteceu, ou foi apenas um reflexo pra pular as notícias ruins e tentar move on fingindo que estava tudo normal.Me levantei, pegamos meu avô na casa dele por volta das 10 da manha, minha avó  estava por la.
Quando cheguei ela estava ao lado dele, dei um abraço forte nela.
Foi estranho ver meu tio la, ainda com a cara de durão.
O movimento foi intenso o dia inteiro por la, reencontrar familiares em um momento tão delicado, forte.Os abraços são diferentes, os olhares, conversas sobre tudo, alguns isolados, mas todos ali, juntos.
Cemitérios não me deixam nervosa, ao contrario, me deixam calma.
ficamos por la pela manha, voltamos pra casa e retornamos mais tarde com a minha mãe.
Quando voltamos, as pessoas triplicaram, meu tio era um cara legal...
estavam orando na hora, e fui então me despedir for real, eu cheguei ao lado dele e não aguentei, eu chorava mas ao mesmo tempo sorria, relembrava de tudo que passei com ele e de como não acreditava naquilo que estava acontecendo e me peguei conversando com ele ali no meio daquele turbilhão de sentimentos, e exatamente na ultima quinta-feira eu tinha ido visitar ele no hospital, onde ele dormia todo bonitinho, todo sereno.
Então me despedi.
Fomos todos seguindo ele e no final sobrou apenas o silêncio.
Um suspiro de dor, de alivio, de saudades.

tchau tio e obrigada...
in heaven, i know.
r.i.p